A Pré-História
Segundo as mais abalizadas pesquisas arqueológicas, os mamíferos começam a surgir na face da terra há cerca de 70 milhões de anos. Em evoluções sucessivas e prolongadas – segundo as teorias de Charles Spencer Darwin – aqueles que se adaptavam melhor sobreviviam, outros sucumbiam e assim ocorreu a diversificação das espécies animais. O animal humano segue nesta trajetória de gradação em gradação, de evolução em evolução. Os mais antigos vestígios de hominídeos encontrados pelos arqueólogos datam de mais de 500 mil anos.
Desmond Morris causou grande polêmica com seu livro “O Macaco Nu”, lançado no Brasil na década de 60 do século passado. Segundo o Autor, nossa espécie não é dotada de garras afiadas, presas capazes de dilacerar sua caça ou mesmo um couro coberto de pelos protetores contra as intempéries. Esta fragilidade, contudo, é compensada com um cérebro mais desenvolvido que o da maioria dos animais e mãos capazes do movimento de pinça com os dedos, capazes de grande precisão (segundo alguns Autores somente o golfinho tem massa cerebral superior à do ser humano em relação à proporção com sua massa corporal, sua relativa inferioridade reside no fato de não disporem de mãos hábeis como as nossas...).
O cérebro humano não nasce pronto quando ele vem ao mundo. Segundo Desmond Morris um cérebro plenamente desenvolvido jamais passaria pelo canal vaginal, matando mãe e criança. A maior parte do desenvolvimento cerebral humano ocorre nos primeiros anos de vida da criança, chegando até a adolescência, no período extra-uterino, criando uma grande dependência materna por parte do bebê humano que chega ao mundo.
A Evolução das Espécies
Charles Darwin viajou pelo mundo no famoso navio Beagle (1831 – 1836) a fim de fazer pesquisas. Ficou fascinado com a diversidade animal e vegetal encontrada. As Ilhas Galápagos o impressionaram sobremodo. Segundo suas observações, chegou à conclusão de que as espécies passariam por mutações e aqueles mutantes melhor adaptados sobreviviam com maior desenvoltura ao universo circundante. Aqueles que não se adaptavam sucumbiam. A isto chamou de “processo de seleção natural”. Mais tarde, Darwin estendeu essa teoria ao ser humano, classificando-o como descendente dos antropóides. As comunidades científica e religiosa do mundo inteiro se opuseram a essa teoria, pois seu limite de consciência possível não permitia admitir que “o homem branco, superior” fosse descendente de macacos. Nem é bem assim: o ser humano guarda laços óbvios de parentesco com os outros antropóides, mas não é “descendente do macaco”...
Embora as descobertas de Darwin tenha elevada importância histórica, principalmente pela ousadia e pioneirismo, não são definitivas. As pesquisas continuam até hoje lançando novas luzes sobre as origens do homem.
Nossos Ancestrais
Consensualmente entre os arqueólogos, convencionou-se (até que alguma nova descoberta os contradite) que a mais antiga espécie digna do epíteto “homo” é o Australopithecus, surgido no sul da África há cerca de 3 milhões de anos. Este nosso provável ancestral tinha algumas características semelhantes ao homem moderno e foi capaz de criar os primeiros instrumentos rudimentares. Quando, por processos de mutação, nossos ancestrais passaram a andar sobre dois pés, ficaram não apenas com as mãos livres para fazer e usar objetos como ainda tiveram ampliado o seu campo de visão. O fato de o homem fabricar seus instrumentos é um importante diferencial que o separa definitivamente do reino animal.
Pré-história?
Tradicionalmente utiliza-se esta expressão para classificar as comunidades humanas historicamente sem escrita. A “história” seria referente ao período em que ocorre a invenção da escrita e chega aos nossos dias. Os mais antigos documentos fenícios, caldeus, sumérios, babilônios e egípcios datam de 6.000 a 5.000 anos. Já o homo sapiens existe há pelo menos 500.000 anos. O surgimento da escrita e o domínio dos metais pressupõe um determinado desenvolvimento das forças produtivas e da capacidade mental do ser humano. O que não significa que isto haja trazido algum benefício social para a grande maioria. A escrita e o domínio dos metais sempre foi privilégio de uma pequena elite...
Apenas com a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX ocorreu um esboço de socialização de parte do conhecimento da escrita ficando ainda a propriedade sob controle da classe dominante. Assim, mesmo em nossa sociedade, podemos perceber que este critério de periodização circunscreve muito a abrangência dos termos. Mesmo em nossos dias grandes massas iletradas e despossuídas coexistem com aqueles que têm o pleno domínio da escrita e da propriedade. A descoberta mais revolucionária de nossos ancestrais, que possibilita uma seqüência de outras, foi o controle do fogo!
Paleolítico
Durante este período, o ser humano era principalmente caçador e coletor: caçava animais para se alimentar e produzir vestimentas com suas peles para se proteger das intempéries; coletava frutos e raízes para complementar sua alimentação. Naquele período, há cerca de 200.000 anos, vários grupos de seres humanos, ou seja, dotados de cultura, já ocupavam grande parte da Europa, o Velho Mundo. Eram grupos do homem de Neandertal, considerado o primeiro homo sapiens (homem com inteligência): tinha a abóbada craniana do mesmo tamanho da de um homem atual, posição do corpo ereta, braços levemente maiores que os do homem moderno, fronte pouco desenvolvida e uma saliência óssea entre a testa e as órbitas oculares. Já tinha domínio sobre o fogo e demonstrava os primeiros sinais de uma linguagem articulada.
No período entre 40 e 18.000 anos atrás, o homem atingiu grande desenvolvimento cultural. Nessa época, o homem de Cro-Magnon, que difere do homem de Neandertal por ser mais alto e possuir a testa mais desenvolvida, já havia surgido e acumulado também vasta experiência cultural. O homem de Cro-Magnon produzia seus instrumentos com o sílex, uma pedra duríssima cujas lâminas ele utilizava como facas. Ele é considerado pertencente à nossa espécie, ou seja, homo sapiens-sapiens.
O homem da pré-história espalha-se pelo mundo
Por algum motivo – um dia a historiografia disporá de dados mais concretos para estabelecer uma hipótese plausível – parte de nossos ancestrais deixam a África e se dirigem para a Ásia e o Velho Mundo. Suas atividades fundamentais seguiam sendo a caça, a pesca e a coleta. Esgotados os recursos de um determinado ponto, migravam novamente e assim se espalhou a nossa espécie. Especula-se que o homo neanderthalensis, contemporâneo ao homo sapiens-sapiens tenha entrado em conflitos com esta última espécie (a nossa) e assim sucumbido. Outras versões presumem que um processo de mutação genética malsucedida os tenha levado “naturalmente” à extinção. As pesquisas prosseguem.
Revolução Neolítica
O domínio sobre o fogo e a habilidade do homo sapiens-sapiens foram gradualmente permitindo-lhe maior controle sobre a natureza, os animais e plantas. Por volta de 10.000 anos atrás nossos ancestrais dão início ao plantio e acumulação de excedentes e à criação de animais para abate e/ou tosquia. Tem início a chamada Revolução Neolítica...
Revolução Neolítica
De caçador a criador, de coletor a agricultor.
Grupos humanos sofreram essa transformação em momentos diferentes, com intensidade diversa, em diferentes locais do mundo. Até há pouco tempo, sob a influência do evolucionismo e de um marxismo mal digerido, descreviam-se essas passagens como necessárias e positivas. Hoje já se discute, sob a ótica da antropologia, se a felicidade de um grupo depende do gado confinado e da terra domada. Freqüentemente imaginamos ficar o homem mais tranqüilo por ter uma plantação que lhe pertença em contraste com o "selvagem coletor" que tem que sair "procurando" raízes ou frutos. Na verdade, é de se acreditar que, na cabeça do coletor, raízes e frutas lá estão para serem colhidas e não como um acidente, uma eventualidade. O domínio que os coletores tinham do seu ambiente lhes dava um grau de segurança bastante grande para saberem, em determinadas épocas do ano, quais os locais que ofereciam determinados alimentos.
Autores como Pierre Clastres chamam a atenção para mitos que tomaram corpo pela repetição e não pela evidência. Um deles é o de que, necessariamente, a coleta e a caça seriam atividades primitivas porque inseguras, enquanto a agricultura e a criação engendrariam forte sentimento de segurança material. Como todas as falácias, esta é uma meia verdade, uma vez que a agricultura, enquanto atividade do homem na tentativa de submeter a natureza, corre riscos naturais como secas, pragas e enchentes. Por se constituir em riqueza concentrada, a agricultura atraía a cobiça de vizinhos mais preocupados em atividades de guerra do que de organização agrícola. Já um grupo de coletores vivendo em simbiose com a natureza - ou em parasitos e, como diria algum aluno maldoso - poderia ter uma certeza até maior de sua sobrevivência. Não está em discussão - porque é uma evidência - a importância, o significado histórico das transições, onde elas de fato ocorreram. O que não se pode é, simplesmente, atribuir ao "primitivismo" de um grupo, a seu caráter de "pré-civilizado", a nãoocorrência da passagem de coletor a agricultor.
A revolução agrícola
Pelos conhecimentos atuais supõe-se que a primeira atividade agrícola tenha ocorrido na região de Jericó, na Cisjordânia (hoje sob a tutela de Israel), num grande oásis junto ao mar Morto, há cerca de 10 mil anos. A crença no Egito como berço da agricultura já não tem tantos seguidores. A dificuldade em estabelecer uma certeza a este respeito decorre da inexistência de documentação indiscutível: os trigais desaparecem com o tempo. Só através de comprovações indiretas - ruínas arqueológicas de silos, onde os cereais eram armazenados - é que se pode tentar datar o início de uma atividade agrícola sistemática.
De qualquer forma, através de difusão ou de movimentos independentes, supõe-se que o fenômeno tenha surgido também na índia (há 8 mil anos), na China (7 mil), na Europa (6.500), na África Tropical (5 mil) e nas Américas (4.500). Os produtos cultivados variavam de região para região, com a natural predominância de espécies nativas, como os cereais (trigo e cevada), o milho, raízes (batata-doce e mandioca) e o arroz, principalmente. Uma vez iniciada a atividade, o homem foi aprendendo a selecionar as melhores plantas para a semeadura e a promover o enxerto de variedades, de modo a produzir grãos maiores e mais nutritivos do que os selvagens.
Por que se fala em revolução agrícola? Porque o impacto da nova atividade na história do homem foi enorme. E não se trata apenas de mera questão acadêmica, mas de algo muito real e palpável como o próprio número de seres humanos sobre a face da Terra. De fato, nos sistemas de caça e coleta estabelece-se um controle demográfico resultante da limitação da oferta de alimentos. Não é devido a que não existam alimentos na natureza. Além disso, o caçador e o coletor não podem chegar ao extremo de dizimar suas reservas alimentares (animal ou vegetal) sob pena de prejudicar a reposição ou reprodução; a técnica de caça sendo levada para além de certos limites pode criar um desequilíbrio ambiental. Nós, "civilizados", sabemos disso, pois já conseguimos destruir raças e espécies inteiras de animais, graças a técnicas sofisticadas de caça. Viver em simbiose com a natureza significa, exatamente, respeitá-la.
Há um outro fator que determinava o controle populacional: em grupos de caçadores e coletores, crianças pequenas constituem empecilhos tanto para a fácil locomoção da tribo (que precisa, como já vimos, ter grande mobilidade) como para a própria obtenção do alimento. Elas não podiam caçar e atrapalhavam as mães nas longas caminhadas que precisavam ser feitas para a busca de raízes, caminhadas tanto maiores quanto maior fosse o grupo e mais tempo estivesse acampado no mesmo local.
Já na agricultura, a coisa mudava de figura. Mesmo quando transumante, o grupo agrícola tinha que se fixar num local o tempo suficiente para que sua plantação produzisse ao menos uma vez. A área plantada ficava bem próxima ao acampamento, propiciando trabalho com menos locomoção por parte das mulheres. De resto, crianças relativamente pequenas eram utilizadas pelo grupo de maneira a se constituírem em força de trabalho. Locomovendo-se menos, usando as crianças para a agricultura e não tendo limites tão rígidos no suprimento alimentar, os homens passam a se reproduzir mais, causando um crescimento demográfico notável. Com o advento da agricultura, os grupos podem ser maiores, desde que dentro de limites estabelecidos pela fertilidade do solo, quantidade de terra disponível e estrutura organizacional da tribo. Quando o crescimento do grupo entrava em contradição com qualquer um desses fatores, ocorria uma cissiparidade, procurando a tribo derivada - e às vezes até a de origem - outro local. Este processo intenso de subdivisões e deslocamentos iria provocar uma onda de difusão da agricultura e da atividade pastoril. Acredita-se, portanto, que durante muito tempo a atividade agrícola não fixou em definitivo o homem ao solo; apenas o deixou mais sedentário do que quando coletor e caçador.
A transumância foi uma característica importante do início da revolução agrícola. E, por conseqüência, a difusão cultural também caracterizou essa revolução: podemos imaginar inúmeros grupos reproduzindo-se e subdividindo-se, plantando e criando, invadindo espaços de caçadores e coletores, convivendo entre si ou em guerras, ou ensinando e submetendo os habitantes da região ocupada. Não se pode pensar em agricultores "respeitando" a cultura de coletores, aceitando seu próprio desenvolvimento sócio-econômico, aguardando que o crescimento de suas forças produtivas os levasse a se tornarem também plantadores e criadores. Como toda grande revolução da humanidade, esta também teve seus arautos e corifeus, bem como sua massa de cooptados e subjugados.
A revolução agrícola torna-se quase irresistível. Seu avanço, a partir de poucos focos difusores, atinge áreas cada vez mais extensas, cercadas por contornos marginais, como diz Darcy Ribeiro. Esses contornos vão diminuindo a ponto de se tornarem simples pontos esquecidos pelo avanço da História. O fato é que a revolução agrícola paulatinamente destrói formas de existência anteriores, e os povos que se mantêm coletores são poucos e facilmente assimiláveis às idéias da revolução, quando atingidos.
Começa a “criação”
O homem aprendeu antes a plantar, a domesticar os animais e criá-los, ou ambas atividades surgiram de maneira simultânea? Fazemos parte da corrente que acredita ter a agricultura precedido à criação. Ainda hoje há tribos de agricultores que não possuem animais domésticos e temos registro de grupos que aliavam a agricultura à caça, enquanto não se tem notícia de criadores que desconheçam a atividade agrícola. Gordon Childe imagina ter se iniciado a criação a partir de alguma seca prolongada no Oriente Médio. Assim, animais que viviam adequadamente com uma baixa precipitação de chuva teriam ficado em situação desesperada, sem água, tendo a necessidade de procurar um oásis em busca de algum alimento ou líquido. Lá já estariam os animais predatórios - em busca de água e caça - e o próprio homem. Sendo o homem agricultor, é possível imaginá-lo permitindo que os animais pastassem em seus campos já colhidos e se alimentassem das hastes de cereais que ficavam no chão. Fracos demais para fugir e magros demais para servirem de alimento, carneiros e bois instalavam-se e eram aceitos pelos homens que teriam estudado seus hábitos, expulsando leões e lobos e eventualmente até lhes oferecendo alguma sobra de cereal como alimente complementar. Em troca, os animais teriam sido domesticados, habituandose à presença do homem, confiando nele (no que cometeram um evidente erro de avaliação). O gado confinado funcionava como uma reserva de caça, no início. Aos poucos o homem teria estabelecido critérios no abate dos animais. Sem alarde, teria passado a abater apenas o necessário à sua alimentação. Preservando os mais dóceis e matando os não-domesticáveis, ia promovendo uma criação seletiva.
Em alguns casos a criação continua sendo atividade complementar: pequeno número de animais, alimentados por pastos naturais em volta do aldeamento e por restos de colheita em diferentes épocas do ano. Com jovens não muito úteis para outras atividades atuando como pastores, a vida econômica do grupo não sofre muitas alterações, continuando baseada na atividade agrícola organizada. O fato de a criação ter existido ou existir quase como atividade única em povos da Arábia ou da Ásia Central não significa, portanto, que eles não tenham passado pela revolução agrícola antes do início de sua atual atividade pastoril.
De qualquer forma, é difícil estimar a data do início de sua atual economia. Vasilhas de couro em vez de potes de cerâmica e tendas de couro em vez de paredes de alvenaria não deixam resquícios que possam fornecer base aos arqueólogos. Vale, nesse caso, a capacidade de dedução a partir de casos semelhantes. E, Dor que não, uma boa dose de imaginação.
Existiria uma “cultura neolítica”?
Não se deve pensar que a passagem da atividade coletora para a agrícola tenha-se dado de uma maneira brusca ou através de um toque de mágica. Deu-se, antes, através de um longo processo que inclui cuidadosa percepção dos fenômenos naturais, elaboração de teoria causa/efeito e doses de acidentalidade. Um grão caído na terra começa a germinar e é observado em seu crescimento por algumas mulheres que estão coletando na área: aí temos, provavelmente, a base da transformação.
Que essa transformação teria sido lenta, não se duvida. Afinal, entre saber que os vegetais crescem se plantados, e conseguir organizar uma plantação racional e rentável, existe uma longa distância que passa pela necessidade de alteração de padrões de comportamento já arraigados. A convivência da agricultura com a coleta deve ter sido o fenômeno mais comum durante muito tempo.
O fato é que a economia simples de produção de alimentos provocará grande transformação no grupo. Pela primeira vez haverá um excedente a ser armazenado. Isto não decorre da vontade manifesta dos membros do grupo ou de algum sentimento de usura, mas da própria realidade ditada pela natureza: os grãos produzidos ficam maduros de uma só vez numa certa época e não ao longo do ano. Entretanto, deverão ser consumidos lentamente, em refeições distribuídas pelo ano todo. Além disso, parte da colheita deverá servir de semente na próxima semeadura. O grupo precisa mudar sua atitude com relação ao alimento: começa a planejar e a poupar; começa também a construir silos, depósitos adequados para armazenamento dos grãos.
Só um evolucionista fanático e obtuso poderia imaginar realidades culturais idênticas a partir de vivências tão distintas. Se na Europa Ocidental a agricultura nômade foi predominante, em Creta e na Tessália mesmo os aldeamentos mais antigos parecem ter sido permanentes. Alguns grupos tinham na caça uma atividade central, outros na criação, enquanto para terceiros a carne era desprezível como alimento. As mesmas diferenças se estabeleciam no que se refere ao tipo de cereal predominante, à característica do artesanato, às práticas e rituais, e assim por diante. Assim, em vez de cultura neolítica, seria mais correto referir-se às culturas neolíticas, no plural. Esta foi a base das primeiras civilizações.
Pré História


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